quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

É não ser quase nada


Do horizonte enxergo altas colunas,me lembram filmes gregos,mas são modernas.Vejo rostos,conhecidos,desconhecidos,pessoas que eu nunca tive contato algum,mas sei quem são.
Ando entre os espaços,escuto vozes,música alta,tambores,as pessoas tomam vinho,comem frutas,fazem sexo,estudam historia,refletem,usam filosofia,discutem os problemas que os levaram a mudança.
Os homens tratam as mulheres como amantes e não objetos,assim como mulheres tratam os homens,homens tratam homens,mulheres tratam mulheres.Livres.
Outros optaram pela ignorância, prisão mental e não é o suficiente viver nesse lugar,onde notei,que humanos vivem para seus semelhantes.
Um muro separa estes dois mundos,uma barreira foi travada entre o norte e o sul,um lado caminha para decadência mesmo achando que estão em constante progresso,o outro preocupa-se mais com a construção humana,mental e em alguns casos, espiritual,mas agora,não cabe a mim julgar se há lado correto.
Na montanha,deito,céu,nuvens escuras pela metade,carregadas de gases intragáveis,meu arco,flecha,atiro para atingir a nuvem certa,toxinas caem em mim,me tiram o ar.Um pouco a esquerda,as nuvens são claras,para salvar,lanço outra flecha,as gotas limpas me fazem respirar.
Em qual viver?Posso ter a maravilhosa magia de escolha para esquecer por qual motivo passo de oito a mais horas sentada na cadeira fria do escritório,uma imagem me remete,eu me encharcando de cafés ,cigarros,drogas em dias sem fim.Vem a contradição,quando observo pilhas de lixo que foram acumuladas naquela região,que é proporcional a atitude dos homens-mortos que habitam.
Os sulistas são tratados como ingênuos, tolos, mas os habitantes sabem por qual motivo fizeram tais opções, que não são motivos lançados fora,vivem o mundo real,não artificial,este lado é tão claro,que mal consigo entender como consegue ser tão simples e delicioso.
Acordo,apenas um sonho,que mostra o que comporta aqui dentro,um pico de realidade entra em minhas veias,noto que posso viver minha maneira,mas nunca,deixarei de habitar o mundo dos falsos progressos.

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