terça-feira, 31 de março de 2015

Tento me convencer de tantas minúcias. 
Colo frio invoca como pudesse acalentar,
se desfaz na luz fraca. Me perco. 
Me alimento de tantas confusas conquistas, 
todas criadas a fundo de mim.
Espera, termina esses filmes pela metade. 
Mais cinco. Preguiça de domingo. Foi.
Não mais suspiro de rosto colado, nem pele
em poro arrepiado.
Ludibria a saudade. Escorre fel do desdém. 
Há muita ferida.
Panorama de dois corpos desentendidos, tão
ajustados ao costume do outro.
O rosto de incertezas me acaricia pelo 
reflexo, chama de boca tumbada, vísceras de
um amor.



quinta-feira, 26 de março de 2015

Hoje sou feita da mesma matéria dessas feridas
Tarde te sequei a lágrima
Um silêncio
Supôs que enxergava tudo
Eu não fui à nada
Era manhã do final
Me desfiz no colo de mim
Agulha em pele
Quadro sem moldura
Eu só

sexta-feira, 20 de março de 2015

Da forma que mal conseguiu suprir meu peito fundo sem ranger dentes.
Se fez da mesma espessura do desprezo. 
O certo é, mas não permanece.
Em cada pedaço desse corpo abrigo pedaços
de mim que sangram adentro, cada hora mais fundo. É dor.
Suor ao contrário e pungente.  
Aceitar a incerteza, assim me poupo do desastre repetido.
Poderia ser a morte a me cair os olhos, do contrário,
me entristece palavras secas e realidade fria. 
Me altera, induz esse pensar tão cegamente construído.
Desconstruído.
Sugo da tua boca o que entorpece e apaga. 
Conforto entre os espaços das poltronas desgastadas e
com cheiro de mofo.
Sentada ao chão como quem espera solução definitiva,
efetiva de todo essa cura pro meu mal.