terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Amargo quando destila ódio sobre meus poemas fracos, tatuados nos poros desabrigados do meu corpo.
Seria fácil se não sufocasse e até belo se não arranhasse cada nervo, se me permitisse.
Desacelerei o medo por medo de ainda sentir e joguei com as suas verdades. 
Nos quebramos na estrada da liberdade da juventude ultrapassada.
Sorri quando calaram minha boca. Chorei só. Quebramos nossas mãos entrelaçadas.
Que seja fraca sua fala ao me negar e basta quando desculpar meu rancor.

-Quanto doí saber? Quando doí saber.

domingo, 1 de dezembro de 2013


Como de costume o covarde segura o medo na entranha estranha da saudade
E fica estagnado com pavor entalado goela abaixo
Ainda assim bem provável que seja negação
Que ouça em vão
Ou o amor rogue mais
Como de praxe peça remissão

        - Não vou sem você não


De pestana cerrada surge com nada de paixão

E deixa esperar quem ama 



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

É meu desejo quando sou sua e permaneço minha
Ensina o amor vir assim, devagar
Escuta de perto a voz que esparge 

- Quero você

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Arrancou minha garganta em lágrimas com palavras malacabadas.
Acordei engasgada, metade saciada, com as entranhas vazias, o sentimento rasgado. 
Não bate meio-dia, não me da mais meia-hora, não escuto meia-verdade da metade de nada.

domingo, 20 de outubro de 2013


Dissonante amantes não amados.
 Emergimos no sussurro de apaixonados.
Desviei o olhar de quem me chama, seguimos as vozes de aconchego.
Engano na hora corrida e o corpo se afoga, um tempo, dois, volta.
Levantei da nossa cama, corri só.

 Sozinha não se ama.

sábado, 19 de outubro de 2013

E você sempre espera o outro dia né Zé, pra ver se a vida muda e se o dia vem ameno, mas fica tudo igual, não é, Zé? 
Então pede mais um tempo, quem sabe amanhã vem transformado de ontem ou melhor que hoje, só, mesmo
só, cuidado, ouvi que hoje é pleonasmo. Hoje nada tem de conciso. É sequência do que foi. Amanhã é ordem de hoje que virou ontem. Ontem antecedeu hoje e é resultado do amanhã do hoje de antes
Antes de você sorrir, Zé. 





domingo, 22 de setembro de 2013

Seu corpo esteve afogado, ainda que com os pés apoiados, a cada passo, demorado.
Existem lamentos, posso ouvir na boca que cala, que sorri amargo e gargalha sem força.
Escuto em cada canto a infelicidade daqueles que buscam e chegam em nada. Em cada rosto.
Temos e somos nossos medos.
Podemos e devemos segredos.

- Sorrir no dia pra calar.

sábado, 27 de julho de 2013

Preciso dessa metade de verdade, sugiro um pouco de fragilidade, um punhado do que esquecem.
Prefiro explicar o que não é necessário, sugar o mundo através dos olhos marejados, surgir sem ninguém.
Recuso o tempo de contradição dos dias lentos de quem se levanta e repousa na mesma posição.






quinta-feira, 11 de abril de 2013

Difícil escutar na cidade que não cala
Impossível se levantar no dia que me acaba
Sofrido não ser escutada na vida que ignora
Sufocante adormecer nos dias de batalha


segunda-feira, 11 de março de 2013

- Vinte minutos, vinte anos
  Quero vida real


Não era o que diria, mas disse.
Nem o que pudesse sentir, senti. 
Não era o que eu faria e fiz.
Para que tanto enfim, no fim, seja sim.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Olhar, através de si ou de ti.
Hoje vivi todo nervo do meu corpo, cada fragmento prolixo, quantos mais e quantos quais.
Universo que  expande na abertura do olho, na gota da pupila, na velocidade das mãos.
Chama, clama por vida.  
Chora por morte, mas suspende o riso real nos dias de sempre.
Hoje ouço, espero e suspiro fadigada, com fel e monotonia.  
Deito e me sinto viva, me levanto e me sinto sem ou sigo e me sinto por menos.
Ouvidos impuros, rosto maltrapido, gestos bruscos, mas ainda sinto. 
Distingo. Enxergo. Penso.
E é o princípio.
Por tanto eu segurava forte enquanto o seu corpo desabava em cima do meu
Por tudo, sorriamos entre pausas de silêncio, meu olho parado em cima do seu, sua mão calada na minha
Por quanto o sofá rasgado, luz fraca e eu, só eu só