terça-feira, 1 de maio de 2012

Pra falar de amor

Amanhã quero me lembrar da nossa cama que hoje fiquei até mais tarde, de quando abri meus olhos e você permanecia dormindo com a tranquilidade de quem sonha no silêncio.
E não vou esquecer de todas as vezes que me cala com sua boca quando disparo falar tantas besteiras do meu dia, porque no fundo é isso que quero quando coloco seu corpo abraçado com o meu. Das cócegas que me faz e como se contorce quando aperto sua barriga no nosso quarto de refúgio de tantas horas na madrugada. Sua braveza de braços cruzados, rosto virado chamando meu nome com todas as letras quando tentamos nos manter em distância durante minutos infinitos, enquanto minha mão procura sua pele, seu rosto procura meu colo e nossos braços se encontram, sem mais palavras. Dos seus pés nos meus, das roupas jogadas, nossa boca grudada, seu suspiro antes de fechar os olhos e tirar os óculos. Das vezes que me pega mais cedo para aula e me olha com sorriso de lado e da play nas nossas músicas, vai embora com pressa e fico parada esperando dar meia volta e me pedir para entrar, que será mais cinco minutos, temos a vida inteira.
Hoje lembro de todas as vezes que senti raiva porque não entendia nada e ficava feito menina chorando trancada, mas que na verdade sempre gostei da sua mente de incógnita e das nossas mentiras tão bem contadas. E permaneço aqui, sonhando vidrada, pois meu amor tem lugar de repouso.