terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Quando percebe o desgosto do gasto

"Disfarça que não tem tamanho
Nem foco, nem brilho, nem alma, nem cor..."

Os dias ensinam que nem tudo é visível e nos arrastam com esse vento abafado da cidade iluminada, nessa noites de ilusão quantos andam em espaços de telas em branco?
As avenidas feitas de filmes mudos, nítidas na  madrugada, conturbadas pelo dia.
E permanecemos estagnados,  mas o sangue rápido, transcendente.
Seres com fel no olhar, fúria no falar, maldade replicada. Quantos erros repetidos, quanta gente sem nada.
Humanidade em escala preto e branco, vergonha retratada aos poucos, mentiras em seus devidos lugares.
Conformistas surrados, maniacos alucinados, zumbis de São Paulo, mortos no Mundo.
Meia dúzia de questionadores e bocas caladas, artistas,  humanos que denunciam.

- Nossas expressões em arte como refúgio dos que enxergam através dos muros, falas e vidas formuladas.
- O que pensamos? Viva nosso cérebro por nada!
- Viva nosso refúgio em vão !
- Mas entre mares e espinhos, os gritos podem chegar aos ouvidos dos que querem.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Meu palco



De frente, olhar no espelho, trêmulos vinhos encaram o reflexo dizendo quem deve se tornar, deixar de ser, o que almejar.
As pernas bambeiam e tentam seguir espaços distintos, forças da vontade que são obstruídos em um mundo que tudo é pronto, fácil, mas profundamente é aparência, não tão simples, a sabedoria é comprada e o tempo é ilusão. Opções que cercam e mentem.
Sentar confortavelmente no sofá e imaginar o que poderia ser, mas não é. Sentir a força virando lama, revoltar-se em vão, lembrar que inclusive a inteligência é manipulada e vale caro.
Então sonhar para poder crer, imaginar para mudar, mas levantar e respirar fundo. Gritar as verdades, as nossas. 
Viver em busca, ou em nada. Sorrir, contudo há sentido. Voltar, rever a imagem do passado, lembrar os sonhos da inocência, o sussurro leve da menina que cantava:
- "Saiba o caminho é o fim mais que chegar."
E viver e viver e viver...