O amor tem um jeito de não se entender, tão incompreensível.
Corre quando quer ficar, mas volta pedindo calma. Inventa de partir, se afoba e afoga.
Aparece com um jeito manso, faz o peito encher de vontade e o tempo parecer pouco perto, mas longe cem anos passados.
Alguns pontos de amantes são entregues em profundidade, até para aqueles que falam no amor como lenda.
Faz parecer a imensidão do mundo coisa pouca, submerso em nada, porque se torna tudo.
Mas posso ouvir agora, sua fala, seu canto :
Chama o meu nome e faz o tempo durar mais para gente se ter.
Não deixa ele escorrer, não deixa a vontade fugir.
Eu quero durar infinitos anos no encanto.
Guardar mais que palavras sem defeito.
Quero ruir no seu peito, ouvir o seu sono, entrar no seu canto.
Me deixa correr no seu sangue, chorar o seu choro, juntar sua ideia.
Não quero deixar eu me acabar , nem ir embora com o vento .
Posso quebrar incompleto, um eu sem seu.
Bem além do que pode notar e deixo desvendar todos os mistérios, serei dois em um.