quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ela tem o bem que tem


Tom do mar, jeito de acompanhar e roda saia, virada no som das alfaias.
É a pele que chama, passa cachimbo, traga fumaça, menina morena que bamba, mas não deixa de dançar.
Cheia de liberdade, e com tanta vingança, quanta fúria no seu canto, quase cigana.
Sedutora, Maria Padilha do cabaré, sete amores e eu sete mentiras para contar.
Traz chuva do Norte e brilho no sorriso malandro, de canto, encanta, faz iluminar.
Mística nos chama, amante que leva para cama. Mulher, me leva e engana. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Conforme


"Trabalhar embriagado com seu discurso decorado de palavras que nem ele compreende"

T
arde sem pensar, não, mente sem desaceleração com relances brancos, turvos, não sei não.
Me roube ladrão, leve tudo de vez, boca calada e as mentiras para aceitação.
Quantos homens que vivem em vão e comem os farelos da própria gana, rasgam o peito de ganância, sujam as patas com a fome alheia. 
Comem o pão do diabo com a condição de deitar na colcha de seda e salivar suas projeções de vida perfeita.
Contam suas mentiras cheias de ilusão, sobem com o vicio na maldade, esses animais de sangue quente tem um veneno letal. Atitude regular, pessoa no singular que tem a mente do coletivo de repetição, mas vive individualismo repugnante.
Então, suja consciência, não nos renderemos mais.

-Devaneios, quem não faz, fará.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A mesma grana que compra o sexo, mata o amor

Menina doce foi embora, as luzes da cidade atravessaram os olhos, mas envenenaram seus sonhos.
São Paulo engana, prive imundo, descobriu seu jeito de ganhar o pão que come, pó que consome e faz esquecer a vida que carrega, não tem opção, perdição.
Espera o fim do sofrimento, cada hora um homem, vazios sem nome, solitários violados, mulher produto, amor rasgado.
Os becos fundos sem corrida, trocados de violência, povo sem essência.
 Desgastada, quanta lágrima violentada e esboçada em desdém, finge feito artista.

- Só mais uma vez....

sábado, 19 de novembro de 2011

Pra lembrar de nós


Pois desabei em cisma de insistir e dizer que é só você que faz o meu bem querer.
Que te procurei em qualquer rosto, em todo gosto.
E foi que assim decidi  dormir e sonhei que contava sobre nós, e ouvia gente maldizer que era ilusão.
Se fosse meu amor, para você já não cantava, nem ninava nenhuma canção.
Quantas vezes quis deixar e partir, maltratou nossa vontade de permanecer a dois, mas veja quem ficou, porque a verdade é que o amor queria brincar de fingir.



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Quis agir da mesma forma


Parados na velha República, com a chuva e os carros esfumaçados, ruas de história, pessoas sozinhas, a praça mordaz :

- Quantas almas furadas na cidade  formulada, gente pior que o trapo jogado, são ruins por influência, nada de  natureza, falas indecentes.
Ignorantes de qualquer tipo, o escroto que menospreza o nacional, nacionalista cego, ou o apático irracional.
 Os bêbados fugitivos da real, samba, libertários violados, religiosos, os poetas, juventude covarde, adultos, falsos moralistas defensores de uma realidade irreal, quanta gente igual.
Então me conta, diz qual a diferença entre o cidadão médio e o grandioso nada?  Explica, vão além de outros mais?

-Vale mais o bolso recheado que o conhecimento compartilhado entre os iguais. 


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mais vezes você me ganha

É seu sorriso que valorizo mais que beijos desconhecidos, prefiro amar assim do que vagar sem porque.
Juro que não importa se vão dizer que é inocência sem fim em sentir e saber, pois há quanto tempo, em encontros e desencontros, evidências que não calavam, mesmo com fuga.
Sabe que o tempo nos trouxe, não importa de onde veio, apenas preciso.
O telefone quando mudo e a vontade de correr, te trazer perto, mostrar que de frente, nosso olhar visa mais, é conexão, puro afeto, nada além de nós, nem a mais do que fomos, nem menos do que somos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Vende-se sonhos

Pensamento feito música, canto de felicidade, manso da verdade, que vontade de sonhar.
Coloca os pés no chão, tem que ser alguém na vida, mas me contem  homens de mentira, quem decretou essa lei? Se documentado estivesse, lamentável seria...ou é.
Quanta fala repetida, quantas cabeças computadorizadas, inúmeros olhares envergonhados que não prestam aquilo que deveriam.
Não, isso nada tem com subversão, é uma tentativa, talvez falha.
Trem parou, café, gritou, o relógio de ponto quebrou , veloz, é tarde. 
Correr pelo certo, você sabe que tem que aceitar. Silencia, confusão que não para.
O mundo corre, nós sobrevivemos, vivemos, o tempo que restar.


domingo, 30 de outubro de 2011

O silêncio é companhia

Partida do marinheiro, um cais que não existe nas novas historias. 
E o reflexo de saudade que assusta.
Quanta besteira lançada na surrealidade do nosso ser e sentir.
Agradável aceitar, degradante ser contrário ao nosso mundo.
Pedaço do passado , sangue estancado e racionalidade sem fluxo, ela chora a Ogum, nem guerreira é.
Mente desfocada, garganta fechada, se chama de egoísta, o mundo vira e somente pensa em si.
E quem disse que aquela é feita para sentir, não sabe a dor de alguém que se foi e daquela que estagnou sem contar:


- Fica um pouco mais.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Amores nos vagões



Se há desilusão não é por querer, e não vejo novidade, pois assim nunca é.
Conexão que era, saudade que fica.
Quem sabe, um trecho deixasse: 

-Não me conheço e vivo a prometer, desapareço tentando disfarçar.
E me desculpa quando eu for sem explicar.
Parece fácil, difícil é sentir, tenho e solto e completo quebrando.
Se um dia me encontrar, depois de tanto, segura minha mão e não solta, aqui houve verdade, mesmo com omissão.

E uma omissão mulher, é pior que uma mentira?

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Fratura (não) exposta


Avenidas velozes, bairros parados, esquinas desiguais e templos fechados.
Passo entre carros e rostos exaustos, desenfreados.
O dia prossegue, povos de alarde esfumaçam o céu.
Zepelins, na cidade que não para, jogam no ar frases avulsas de alerta que tentam se acoplar em cabeças restritas as quais desviam com aspereza.
O dono da verdade é um eterno enganador e os senhores da mudança são fundadores de ideologias falhas.
Subversivos se tornam enfim iguais a todos, que são peças e não sabem que jogam.
Ultra-modernos, ultra-passados, movimentos de ignorância, banalidades.

-Olha só, quantos homens sem gosto de viver, fazendo status e imagens de porcelana.
Irônico, vivem a espera de nada, aquele tudo que vem em notas novas.
Veja só, o homem nasceu para traçar paralelo com o mundo e  não fazê-lo sua propriedade.
Inusitado ou óbvio, evoluem materialmente retrocedem mentalmente. 



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Evidente



Escutar mentiras na boca da malícia, animais peçonhentos.
Sentir a maldade de corpos amargos virando fumaça tóxica. Efeito sobre efeito, auto tortura.
Enquanto o mundo morre, o egoísmo de massa maltrata, a ignorância restringe, cabresto atrapalha.
Difícil enxergar quando os olhos se dirigem em única direção, fácil soletrar em tom de superioridade.
Mentalidade seduzida com ideais de maioria, pensamento por si só é inexistente, pedras brutas lapidadas.
Verdade camuflada, mentira ultrapassada.
E a essência? Perdida.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Idealizei que a minha visão jamais seria obstruída por ele.
 O teu comodismo é combustível do meu ódio.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Incolor



Pollyanna quebrava adultos com seu jogo do contente, mas esqueceu de explicar que o mundo é amargo e nem todos querem entrar.
Esse lugar é uma casa fraca, cheia de homens prestes a queimar suas paredes finas.
Surreal que o olhar dos porcos sobre os renegados é de invisibilidade, mas quando desejam, usam tanta repugnância como se avistassem corpos putrefatos.
Incompreensível viver em prol de uma lógica sem raciocínio.
Animais artificiais movidos a vapor, carvão e hoje gasolina, petróleo, moeda.
Pensei que pudessem brincar como ela fez, e quem sabe, transformar computadores em humanos.
Quem agora se importa com uma mentira trancafiada em um livro?  

-Existe um lado menina, o da mentira humana.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quem me ensinou a te dizer

Desde quando existe essa formalidade entre nós, o tempo distante de dois, a verdade calada a sós?
Como se em cada corrida, você de costume chegava à frente, eu de praxe enfastiada de nada, e me colocava no colo e deixava teu canto acalmar...
E tudo normal, se a ilusão envergonhada que contei fosse bem mais real que a sua realidade sem dó.

domingo, 21 de agosto de 2011

Tece a mesma antiga trama

O amor tem um jeito de não se entender, tão incompreensível.
Corre quando quer ficar, mas volta pedindo calma. Inventa de partir, se afoba e afoga.
Aparece com um jeito manso, faz o peito encher de vontade e o tempo parecer pouco perto, mas longe cem anos passados. 
Alguns pontos de amantes são entregues em profundidade, até para aqueles que falam no amor como lenda.
Faz parecer a imensidão do mundo coisa pouca, submerso em nada, porque se torna tudo. 
Mas posso ouvir agora, sua fala, seu canto :

Chama o meu nome e faz o tempo durar mais para gente se ter.
Não deixa ele escorrer, não deixa a vontade fugir.
Eu quero durar infinitos anos no encanto.
Guardar mais que palavras sem defeito.
Quero ruir no seu peito, ouvir o seu sono, entrar no seu canto.
Me deixa correr no seu sangue, chorar o seu choro, juntar sua ideia.
Não quero deixar eu me acabar , nem ir embora com o vento .
Posso quebrar incompleto, um eu sem seu.
Bem além do que pode notar e deixo desvendar todos os mistérios, serei dois em um.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Here we go, here we go

Suas mãos mergulhadas em tinta e as nossas aceleradas no tambor.
O corpo inquieto estremece com a música e o calor intenso de mentes surreais.
Humanos além, entram em si sem restrições.
De fora olhos descrentes pensam em ritual. Um mestre de cerimônia com o rosto tampado apresenta em gritos sua revolução.
Ação, e isso não é um filme, são nossas vidas em vida, não em jogo.
O barulho alto, o erro enverga.
Comin straight from the underground, os poucos que se tornam muitos.
E comemoram - eles caíram. 

domingo, 17 de julho de 2011

Sensato e previsível

Memórias podem ser escondidas, disfarçadas, mas sombras... Se apagam?
Dois corpos se afastam? Ou juntam em pedaços.
Idealizou, errou. A última palavra derramada soou em despedida.
Letras de um adeus nunca dito, encoberto com mãos que se soltam.
Ultrapassado todo cansaço e desgaste de amores estirados em leito, quem ousa reclamar se até os maiores amantes fartam seus rostos em lágrimas.
Transformar gestos leves em armas de fogo, bomba relógio exatamente programada para acabar.
Paixão que engana, como quem se deita e finge.
Verdade que condena e mata o amor.

A expressão



Ruas de ilusão, que atraem mistura de povos, chama um por um, em tom de amante fria.
E para que falar mais em desigualdade, se esta jogado e estampado na face do país? 
Reclamar mais do erro de um Brasil brasileiro.
Gritos reprimidos, com uma boa cachaça e um botão de fuga e desligue em cada cérebro.
Quintos renegados, postos nos cantos da cidade.
"Metrópole, centro financeiro."  Escutar os tantos vazios orgulhando-se, me enoja.
Ouvir o tom de superioridade, daqueles que possuem e o de inferioridade dos que desejam, é quase insuportável. 
Falar e não solucionar, fácil, eu digo. E parar e reclamar.
Caiu a ficha? Passou do tempo.

sábado, 9 de julho de 2011

Passamento

Escutava os chamados, colocava Hendrix e Vinicius na vitrola, depois de um ou dois baseados.
Corria pela terra roxa e voltava, ouvia as reclamações e pensava viajar o mundo. Coloquei no prato uma meia dúzia de ideias  e sonhos, engoli seco na vida. Jovem demais.
Senta aqui, me deixa contar o que vi, esta frio, congelando, igual aquela noite.
Há anos, tudo dava errado.
Era uma cara comum. Sofri de amores, vi mulheres me renegando, mas você foi a pior delas.
E se um dia pensei e deixei de acreditar na existência de toda a banalidade amorosa que escutei nas canções, quando te conheci eu soube.
Se todas as juras, não me fizessem ficar e todo meu eu me dissesse para fugir...
Sua boca, carinho hipócrita, me manteve preso, cercado por esses muros de falsidade.
Deitei na sua cama aquele dia, teu choro me prendeu,  suas palavras de confiança me disseram que era amor. O mesmo lençol, de outros.
Mas tudo bem, essa deveria ser mais uma das vezes que nos esquecemos do que foi e convivíamos com o momento.
“Eu não quero mais” , como é grande essa mentira,  poderia fingir acreditar, para variar, um pouco, para mudar. Engano-me.
Bem que  me avisei, mas fui para ver, o quanto era grande meu engano.
Faço dos meus, um drama. Acho que não sei viver.
Coloco treze e poucas  pedras no caminho e fico sentado, com medo de tropeçar em meus obstáculos.
Criei passos, dias, meses, essa cidade tão cinza, como nós. Criei amores novos, fingi naturalidade, formalidade, desapego.
Não quis te convencer e onde parei... Achei que tudo assim, enfim, ficaria calmo, talvez. E mudei. 
O que me tornei? Vazio.  Sou frio, calculo meu tempo, pensando em mim. Sou banal, descrente, me sinto sabotado por eles.
Há tanta confusão, tanto rancor.
Pensei não existir nada além, linearidade, estabilidade, inexistentes. Eu bicho, me sinto hoje, assim, um animal, extinto e só.
Meu egoísmo grita, mais uma vez, nunca fui tão solitário, estive em outros braços, lábios distintos.
Gritei : “corre, corre.” , mas cai, em queda livre.
Quis vida e você me tirou. E se não tirou, sou dono do meu.
Uma cartela e meia com um bocado de whisky.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Se acendia

Um pouco de amor e outras drogas.
Roupas e falas espalhadas, vontade sem avisar.
Par de palavras desligadas. Um baú de pinus gasto.
Tudo como nunca foi, ela sorri, meia luz.
Metade do caminho, fios de coração. Um terço de suspiros.
Vestido colorido e cabelo bagunçado. Distância do ar de São Paulo.
Observa do alto, vento e tempestade que chegam, com aparência de 30. Tabaco, copo na mão e apaga o som.
Terra seca, sexo frágil. Olhe bem, será tão frágil meu bem?  
Com vermelho de Iansã e com canto para ouvir. Mais forte.
E um dia disseram, que era de se acostumar. 
Comunicação e bocas. Corpos e risos. Misturas.
De vida e amor, difícil completar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Human race


A tal formalidade, inexistente, de bichos.
Incansável busca, desenfreada, que vale tanto para muitos, mas, é tão pouco.
Ando em passos largos, mas lentos, na repetição dos dias, nos meses iguais. 
E não muda, não mudo. Essa minha estagnação, meu correr que se estende em palavras e pensamentos, apenas.
Essa justificativa popular, que esta é a ordem  inevitável, a tão falada natureza humana, me rompe em vontade de gritar.
Desculpas, para o egoísmo mais que particular, muito mais que posse única.
Vasculham, em qualquer meio, para tentar explicar porque suas mentes se restringem ao que enxergam, ou ao que ensinam e que evidenciam em suas cabeças formuladas, fracas, programadas. 
Preenchem suas respostas com ideologias furadas, preceitos religiosos inquestionáveis. Até que ponto? Em qual fim?
Critico demais, pareço tola. É, não me importo, ou, me importo demais. 

domingo, 29 de maio de 2011

Reflexivo



Esse próprio eu, somente meu, que não saberiam extrair.
Descobre e se entende
Estimo acertar com os meus. Vasculho o que desvende. 
Ao fim, dentro, linhas sem ponto. Chegadas sem encontro.
O dia que encontrar, assim, enfim, cuidarei das próprias perdições.





domingo, 15 de maio de 2011

Natural existência


O colapso de um sistema, contudo todos dependem. Circulação, batimentos, os movimentos cessam porque precisam dele. Lapso em vida. Erro de uma era surrealista, intocável.
O belo de um simples, que ninguém enxerga. De um jogo de palavras que invadem e enganam. Mais do que sobra, do que realmente é.
Um sonho que tive, pedaços de fogo tocavam minhas mãos, em cubos, sussurros me pediam que atirasse contra o incerto. O bate pronto é mais fácil em um mundo entregue, em mãos que não constroem mais nada.
Os motivos ficam avulsos aqui, não conseguem levantar. O olho do mundo, é cego. O pedaço deles, é surdo. E a verdade, assim, permanece muda.
Tentei encontrar um motivo, um mapa que levasse onde nunca chegaram, sempre, desisto fácil, me torno repetitiva. É uma cópia de uma outra, que nunca foi a única. 
Criam um passado de acordo com o que querem, quem contou? Quem sabe? Tentam prever, achar uma continuação do presente imperfeito. Tão imperfeito, mas bem provável. A incerteza de nossa fiel natureza.
Continuo e tento fingir, arrancar as falsas possibilidades, a vida como é. E ela como é? Insuficiente tal para a descoberta.
Fico metade, entre o conjunto cheio e vazio, fico na espera do alcance.

domingo, 8 de maio de 2011

Dois em um




Olhar como te olho, admirar como admiro, sua calma, o amor que nos da, a força que tem. Me criou e aceitou minhas mudanças , porque apenas amor como esse é capaz.
A menina com tanta coragem, que agora mulher completa e mais forte, chegou ao caos, veio ao desconhecido, porque sabia que por nós era capaz. Por mim, meu irmão, por ele.  E mesmo vaga, em lembrança alguma, te vejo fraquejar ou desistir. Momento algum falhou, muito pelo contrário, soube como ninguém.
Apenas você sabe completar o vazio que repentino me toma, quando penso, olho o mundo ao meu redor e me decepciono, percebo que nada tem as cores da minha infância, lembro que ainda existe alguém aqui, que trilhou um caminho e permanece pura,  quando sorri e aperta os olhos, posso ver , quando toca minhas mãos e sentimos a nossa troca, entendo, permaneço e continuo. Porque por nós, você continua.
Não lhe desejo nada descartável, merece muito, mas não o muito diante os olhos dos vazios e superficiais.
Dizer, "amo você", é pequeno, o nosso é infinito. O quão feliz eu sou por te ter, é infindo. Nós somos. 

domingo, 17 de abril de 2011

O velho e o moço

Para ele, um tempo passado, que agora parado, tenta entender :

“Pouco, muito do pouco. Pequeno diante amplitude do que vejo, mas não do que fui. Do que penso e não do que falo. E se em enorme quantidade pudesse traduzir e reproduzir o muito que se torna pouco, talvez encontraria o que perdi.
Em minhas vontades sem fim, ideias que um dia foram reais, hoje desperdiçadas, deixei qualquer imagem se perder, não existe espaço, nem tempo. 
E assim, vivo e tento,espero e esperei que esqueça, que um dia, deixei de lado minha humanidade.”

sábado, 26 de março de 2011

Tabacaria



Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...

Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(..)

 (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

(..)

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

 (..)

 

Álvaro de Campos, 15-1-1928

domingo, 13 de março de 2011

De onde vem a calma



Esse toque, carinho, que não existe sofrimento, nem punição. Minha calma tal, por enquanto não tem fim, sem desespero em buscar.
Bate luz no meu espelho, espalha pelo quarto, tudo se torna tão maior e de alguma maneira, essa paz, me fez acreditar que o meu desejo se iguala ao teu.
Incrível como pareço outro alguém, com menos temor, desmedida tranquilidade e assim em tempo igual, um tanto de calafrios, por ânsia e inquietação.
Faço-me assim e me pego pensando no amanhã. Paro. Decido viver o que chamam de tempo e por sinal, anda curto pelos espaços. Não existe metade ou parte para questionamentos ruins. Prefiro encontrar e preencher, se há algo que falte, o que acho difícil.
Quem sabe? Quem saberá?
Parece tolo acreditar, que tão rápido pode acontecer, mas não quero explicação, nem tradução de escritores do amor.
Saudade não é prova de nada, talvez a causa de tudo. Vontade de alguém, como você, não me falta e nem restringe, motiva.
Aquele fevereiro que te trouxe até mim e agora março, que deixo para mais tarde com um novo, me mostra e me encanta.

“Ah vai, me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar”

quinta-feira, 10 de março de 2011

Eclodindo e assim vai.



Na maior parte do tempo atento fora, de mim, sem porque, falo, penso, se assim posso chamar e me coloco no automático. Me mantenho em paralelo. Passa horas frente, inventada, atitude mental e não física.
Canso mas me calo, quero agir e paro, qualquer grito ou fala, engulo seco, derrapa pelo rosto água, salgada. Perdem-se no chão, sorrisos, ideologias, mudança.
Tento me chamar, sempre me perco, nunca me acho, volto atrás. Busco, procuro manter pouco, mas não admito, nunca, coloco meus clichês em baixo do braço e finjo normalidade, formalidade com a sociedade, simpatia com a paciência , que não tenho.
Frases do sangue que guardo e não manifesto. Que arde no corpo e gela a pele. Corre descontrolado e perde o ritmo.
Rasgo meu temor, planejo, vivo e levo , empurro, me despeço. Me preocupo, desperto na manhã quente e com relógio de repetição, tic tac, tic tac, passa o tempo, quem inventou a hora? Não vivemos, sobrevivemos, somente. Olho o sol, é uma bomba, queima a pele, mas não foi ele que inventou, foi o homem. Moderno? Que banal, modernidade não é nada perto do retrocesso mental.
Buum, buum, pânico na cidade, a policia persegue o estudante, o bandido luta contra ferramenta social, o burguês descontrolado, o morador de rua , cachaça.
Teorias, terapias, conturbações orgânicas, caos urbano, matança no campo. Para onde? Para que? Pensa, pensa, pensa...Volto e esfaleço em pó, sem resposta. Sem questão, mentira, realidade, pouco caso, pequeno apático, cidadão em questão, mas quem habita? Querem  sistema, controle, perdição, desigual, banal. Liberdade? Onde fica a casa da importância?








domingo, 27 de fevereiro de 2011

Agora era fatal, que o faz-de-conta terminasse assim.


Busquei me completar e no desenfreio, sem querer, entrei em algum beco sem sentido, com volta programada.
Tentei achar em outro o que deveria manter desacompanhada, sem condição de ajuda, nula.
Não percebi e desperdicei dentro de mim, aquilo que um dia tentou ir embora, mas voltou. Realmente? Sempre fez parte do inteiro.
Joguei aos animais que ainda rugem inteiramente nas veias, no sangue, não mais quente, agora frio, pouco que ainda restava do passado, não conseguiram devorar, o gosto é descontroladamente forte.
Calei , como se pudesse de alguma forma me tornar indiferente ao que sinto, mas nunca, apenas ignorei.
Sem conseguir levar-me onde quero estar, abro essas portas, fito os corredores e tenho medo de sair. Mantenho-me aqui há anos, sem diferenças, assim, sem fim.
Converso com roupas amassadas, seus relógios travados, disperso, sem atenção, sem condição de lembrar.
Escuto você me colocar no colo e acalmar:
“Agora eu era o rei, era o bedel e era também juiz e pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz. E você era a princesa que eu fiz coroar....Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo, no tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido...”
Desenho frestas dos olhos, de quem, observa de longe e sinto saudade, do único, que um dia, chamei de meu, aquele que me deu vida.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mutável.



Pensei que me proteger bastaria para manter a insanidade que tanto me fascina.
Evitei discursos prontos, repetições, padrões. Inútil no meu ambiente, na minha mente.
Banal foi a vida comum, o cidadão inconsciente, contraditório, a importância do Nada na sociedade, com "N" maiúsculo, como outros tais que para garantir superioridade se auto-intitulam. O Nada que desaparece, no mundo onde a prioridade é o próprio nada.
Fugi como alguém covarde ou como presa ágil, que corre do predador.
Lutei de frente, de cara com o monstro cotidiano.
Mas um dia se cansa e aprende, olha com desdém. Porradas mentais, um ringue de telequete invandindo teu dia, apenas encenação, mas querem te derrubar, arranhões.
Algumas horas se passam, quer entrar e não sair, como nos filmes, onde as drogas te alucinam para aliviar teus pensamentos, ou os aceleram mais para te tornar alguem melhor. Se lembra que aqui , a vida é real. Nada é absoluto como em uma historia.
Te levar daqui, mas vai pagar o preço, não sabe? Esqueceu que anda acorrentando ? Desde que me lembro, nasci e me prendi.
Tropeço em minhas letras, os versos são tortos, o que gira torna-se desfigurado. Esse que vivemos.
A neblina cobre meus passos, mas a luz que escorre pelos cantos, no asfalto da cidade e no reflexo do espelho, guia meu caminho. Qual rumo?
Desperta, no complexo ambiente que vive, tenta se encaixar, poucas verdades, muita confusão. Adormece no colo da insanidade, poucas tentativas, muitas vontades, infinitas frustações.
Saberia o movimento do  pulmão , o pulso da respiração e o afobamento do sangue em correr se retirasse todos teus questionamentos e verdades absolutas.
Algum dia prometi a minha mesma ser com  meus ossos e carne, imutável. Mas ser quem eu fui, quem sou e quem nunca fui me cansou.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Só esse teu olhar

Me faz me traz
Te busco no fundo
Me pega no ar
Te levo para longe



No íntimo desse olhar, de perto, difícil de desvendar, repleto de enigmas que procuro alcançar.
Conheço pouco, tal consegue me fazer pensar.
Um tanto de meias palavras, mal formuladas, tentam nos perder nos sons das próprias bocas.
Viajo no tom da sua voz e me pego olhando para sua pele, acariciando teus braços.
Cesso o tempo para você não se esquivar, forço os pés no chão para ficar.
Deito e adormeço querendo te encontrar, desejo tão maior, sinto teus cabelos, teu cheiro de perto.
Acordo, lembro, vem me procurar, descobrir, me moldar.


"De longe,vejo o traço do teu sorriso,que esconde teu singelo paraíso"


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

La Belle Verte





Texto que deu origem ao filme "La Belle Verte" de Coline Serreau.
(O importante é o sentido do texto)
“Il est minuit, la ville dort, je me mets à entendre le silence.
Je ne suis pas mystique, je n’entends pas des voix et ne fais pas du pathos avec les petits oiseaux cuicuicui, j’ai simplement eu ce soir-là l’expérience concrète, difficile à traduire en mots, de mon lien avec ce qu’on appelle l’inanimé, le végétal. J’ai compris là, dans la solitude de cette nuit, que s’il existait une “âme”, les arbres et nous avions rigoureusement la même”.
Je crois que je suis seule, mais un bruit léger me frappe les oreilles, un bruissement, comme une parole : en face de moi, un grand arbre balance doucement ses jeunes feuilles dans l’air de la nuit. Il a trois branches principales qui se rapprochent, s’éloignent, se groupent par 2, puis par 3, se cognent légèrement, oscillent avec une amplitude limitée en bas, majestueuse en haut.
Les feuilles sont animées de leur propre mouvement à l’intérieur du balancement général, leurs faces mates et brillantes s’allument et s’éteignent alternativement. Je regarde l’arbre entier, son agitation calme, sa réactivité immédiate à la moindre caresse de l’air et j’oublie tout.
Le taxi, l’hôtel, les soucis, le scénario, les anticipations négatives et positives n’existent plus, un calme incroyable s’empare de moi, tout se détend, je ne suis qu’ici et maintenant plongée dans le mouvement de cet arbre, délice.
Je ne sais pas combien de temps a duré le dialogue avec l’arbre, mais j’ai eu le sentiment de communiquer avec lui et qu’il était un être en vie qui m’envoyait sous forme de vibration une information que j’avais reçue.
"É meia-noite, a cidade dorme, começo ouvir o silêncio.
Eu não sou mística,  não ouço vozes e não me emociono com o canto das aves, eu tive esta noite, a experiência real, difícil de colocar em palavras...a minha relação com este seres que chamamos de inanimados, as plantas.
Compreendi que existe na solidão da noite, como se houvesse uma "alma" e as árvores e nós temos exatamente a mesma.
Eu acho que estou sozinha, mas um som fraco me impressionou os ouvidos, um ruído, como uma palavra: diante de mim, uma grande árvore balançando, suavemente, no jovem ar da noite. Ela tem três ramos principais que estão perto, são agrupados por 2, depois 3, batem ligeiramente, oscilam com uma amplitude limitada abaixo e acima majestosamente. As folhas são motivadas por seu próprio movimento, como rostos brilhantes que desligam-se  alternadamente.
Eu olho para a árvore inteira, sacudindo a calma...é sua reação imediata à mínima carícia do ar e eu esqueço tudo. O táxi, hotel, as preocupações, as histórias, as expectativas positivas e negativas, não existem mais,uma calma incrivel agarra-me , relaxo, estou aqui agora e mergulho no movimento desta árvore de deleite. Eu não sei quanto tempo durou o diálogo com a árvore, mas eu tive a sensação de contato com ela, como se fosse  uma pessoa viva me enviando um formulário de informações  e de vibrações que nunca possui."


Muito mais profundo, esse texto representa para mim mais que toda banalidade de discursos ecológicos.
A autora consegue colocar em palavras aquilo que sinto.
Realmente existe tamanha diferença entre nós humanos, outros animais e seres vivos?
A resposta é não, sem dúvida e a encontro no documentário  "Earthlings" (Terráqueos) :
"Terráqueo: substantivo , habitante da terra.
Já que todos habitamos a terra, somo todos considerados terráqueos.
Não há discriminação de sexo, raça ou espécie no termo terráqueo.
O termo inclui cada um e todos nós.
Mamíferos, vertebrados, invertebrados de sangue quente ou frio.
Passáros, reptéis, anfibios, peixes e humanos, igualmente.
Os humanos, portanto, não sendo a única espécie do planeta, compartilham esse mundo com milhões
 de outras criaturas vivas, já que todos evoluimos aqui juntos.
Contudo é o terráqueo humano que tende a dominar a Terra, frequentemente tratando outros terráqueose seres vivos como meros objetos..."